segunda-feira, 9 de abril de 2012

DORES DE CABEÇA EM ESTUDANTES JOVENS


Pesquisa realizada na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP feita entre 415 jovens com idade média de 15 anos, estudantes da rede estadual de ensino da cidade de Ribeirão Preto, revela uma prevalência de cefaleia de 72,8%.







O estudo mostra maior ocorrência de cefaleia entre mulheres, usuários de aparelhos ortodônticos e consumidores de bebidas alcoólicas. O trabalho também aponta que não há correlação entre dor de cabeça e horas de sono, uso de óculos, prática regular de exercícios, horas semanais gastas em TV, internet e videogame, e nem com as notas escolares.

O estudo de Mestrado do médico Luiz Eduardo Vieira Grassi, na área de Neurociências, orientado pelo professor José Geraldo Speciali, da FMRP, estimou a prevalência de cefaleia e variáveis físicas, como gênero, cor da pele e doenças crônicas referidas e índice de massa corporal (IMC). E, ainda, com outras variáveis como uso de óculos ou aparelho ortodôntico, horas de sono e exercícios físicos regulares, assim como, horas por dia de uso de TV e internet e ingestão de álcool e por último com o rendimento escolar. Segundo o pesquisador, as cefaleias são os tipos de dores mais comuns entre a população. “Um estudo realizado em 2004 pelo grupo do professor Speciali, na população adulta de Ribeirão Preto apontou que 49,9% das pessoas têm cefaleias nesta cidade. Mas diferentes estudos em diferentes populações apresentam diferentes resultados nos índices de cefaleia”.

O estudo realizado por Grassi apresentou resultado semelhante a estudos feitos em Porto Alegre (RP) e São José do Rio Preto (SP). “Registramos que 72,82% dos participantes manifestaram ter cefaleias. O índice é maior entre as meninas, 79%, contra 62,5% nos meninos”. Ele enfatiza que a diferença é significativa e aponta que as meninas foram 2,3 vezes mais afetadas que os meninos. “Descrições na literatura apontam que a relação de prevalência entre meninas e meninos até os sete anos é menor que 1 e passa para 1 entre os 7 e 11 anos e para 2,3 depois da puberdade. Isso se deve a influência hormonal. Os jovens participantes da minha pesquisa estavam nesse período de mudanças hormonais”, explica.

“A associação entre cefaleias e o uso de aparelhos ortodônticos foi significativa nesse estudo”, diz Grassi. Dos jovens pesquisados, 21,6% usavam o aparelho e 13,59% relataram cefaleia. Mais jovens com aparelho ortodôntico tinham cefaleia quando comparados com os participantes da pesquisa sem aparelho ortodôntico. Após analisar os dados Grassi concluiu que o início do tratamento com aparelhos poderia aumentar a incidência das dores locais pré-existentes ao tratamento e isso ter sido interpretado como cefaleia pelos participantes do estudo.

Fonte: Agência USP

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